A Competência e a Ganache

A competência é como um ganache. Sim, essa receita de chocolate que faz lindas flores confeitadas sobre um bolo pode ser boa metáfora para entendermos a composição de uma competência.

Há aqui, basicamente 3 etapas para se fazer um ganache: os ingredientes, a forma de preparo e o uso do bico de confeiteiro. Nesse caso, 2 são os ingredientes: chocolate e creme de leite, em medidas certas. Para prepará-lo, deve-se derreter o chocolate e misturá-lo bem com o creme de leite, deixando-o descansar em geladeira para o ponto ideal. Para isso é também importante considerar o tipo de evento e o bolo que se espera apresentar. Já para se confeitar, é preciso um adequado bico de confeiteiro e uma capacidade de manuseá-lo para o desenho que se espera à torta doce.

Agora que já se conhece um básico processo culinário do ganache, vamos à comparação da estrutura de um currículo por competências. Os ingredientes são os conhecimentos ou saberes necessários na constituição das competências. O modo de preparo seria as habilidades ou mobilização desses ingredientes na ação determinada pelo verbo e detalhamentos procedimentais como o tempo, a quantidade, a ação da mistura em si, o contexto que lhe acrescenta sentido, como uma ênfase ou resolução de um problema, por exemplo. Já a atitude é a predisposição da ação ou como será que essa competência será apresentada em termos do comportamento realizado. Para essa atitude, assim como o formato do bico de confeiteiro, a ação do sujeito será de acordo com aquilo que possui como valores, ética – e suas virtudes morais – e personalidade, sendo essa última a soma do biológico temperamento e do cultural caráter, exprimidas em emoções. A modelagem desse conjunto é a competência.

Observe que, na comparação, é possível inferir nova metáfora, em que conhecimento é matéria, habilidade é transformação da matéria e atitude é o estado da matéria, em que ela irá se apresentar.

Veja se esse infográfico lhe auxilia no reconhecimento dessas partes:

Agora que temos uma espécie de mapa conceitual, perceba como é possível diferenciarmos o conhecimento e a competência. Dessa maneira poderemos evitar o equívoco de afirmarmos que um currículo por competências não é um currículo de conteúdos, antes, os contempla.

À escola fica o desafio de coordenar e gerir a organização de experiências de aprendizagem e do acompanhamento de sua apropriação, a cada estudante. A tecnologia, sem dúvida, precisa vir na parceria dessa ação educativa.

Lilian NevesComentário