Protagonismo estudantil: escrevendo a própria história

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Pensar em protagonismo é declarar a primazia do sujeito ao escrever a sua própria história. E é claro que isso não acontece de maneira poética e imaginária, como se descrevêssemos uma aventura de livros juvenis. Antes, ela se descortina com muita criatividade e esforço.

Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é referência à elaboração dos currículos da educação básica, o tema do protagonismo é apresentado em mais de 66 citações, dentre elas, aplicado ao contexto na aprendizagem; no seu projeto de vida; na vida social; na cultura digital; em autonomia na prática da linguagem; em experiências e vivências artísticas; protagonismo comunitário na participação autoral em decisões na busca da materialização dos direitos sociais; como iniciativa e participação em jogos, brincadeiras, esportes; no ato de escrever como prática social e comunicativa; ao escolher o autocuidado com o corpo, o respeito com o do outro e a saúde; valorizando as experiências pessoais e coletivas; voltado ao bem comum; diante de situações desafiadoras; em sua participação ativa na construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; reconhecendo o protagonismo de outros grupos na história; na ação política e na sociedade; de seu próprio processo de escolarização; protagonismo como sinônimo de engajamento; a partir de metodologias na apropriação de processos cognitivos; sendo estimulado a partir da organização curricular flexível do ensino médio; exercido de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas; exercido também de forma contextualizada; orientados pelas dimensões ética, estética e política; articulando-se aos diversos campos e áreas do currículo, interesses e escolhas pessoais; no enfrentamento de questões sobre consumo, energia, segurança, ambiente, saúde e outras; na abordagem investigativa; na mobilização de diversas linguagens; tanto no processo de construção do conhecimento como da ação ética.

Essa extensa lista de aplicações coloca esse fator autoral e criativo sendo mobilizado em todas as etapas da educação bem como dialogando com as diversas áreas do conhecimento.

O protagonismo se desenvolve junto com a conquista da autonomia cooperativa, uma vez que essa crescente tomada de consciência e apropriação da capacidade de se perceber agente responsável por sua ação no mundo, se faz enquanto também desenvolve uma prospecção futura através de seu projeto de vida.

Isso vai delineando de um conjunto de competências e habilidades, que podem ser simplificadas como uma série de objetivos de formação que precisam ser alcançados pelos estudantes, de acordo com a proposta de aprendizagens essenciais do currículo.

A possibilidade de se elaborar um projeto por interesse, uma prática de tutorias e práticas colaborativas entre os pares, numa diversidade metodológica que seja aplicável às distintas experiências de aprendizagem e características múltiplas dos sujeitos aprendizes requererá, por parte da escola, a capacidade inventiva e de gestão de cumprimento curricular e de aprendizagens.

Imagine-se, agora, naquela aventura que sugerimos no início do texto como sendo poética, se fazendo possível em suas distintas combinações, afinal, cada pessoa é irrepetível em sua obra e ação no mundo e a escola deverá aprender a como tornar viável toda essa combinação de práticas e vidas que se inscrevem ao futuro próximo!

É possível que a parceria da tecnologia viabilizará todo esse acompanhamento e gestão, apoiando o trabalho diversificado da escola.

Lilian NevesComentário